Ednaldo Rodrigues foi oficialmente afastado da presidência da CBF por decisão da Justiça do Rio de Janeiro. Pela segunda vez desde que assumiu o cargo, o dirigente é retirado da função por meio de determinação judicial. A decisão partiu do desembargador Gabriel Zefiro, que também anulou o acordo que validava a eleição de Ednaldo em 2022.
Com o afastamento, o comando provisório da entidade passa ao vice-presidente Fernando José Sarney, nomeado como interventor responsável por conduzir o processo eleitoral e convocar novas eleições dentro dos prazos previstos no estatuto da entidade.
O que diz a decisão
Na sentença, o desembargador foi direto:
“Determino: 1- o afastamento da atual diretoria da CBF; 2- que o Vice-Presidente da CBF, Fernando José Sarney, realize a eleição para os cargos diretivos da CBF, na qualidade de interventor, o mais rápido possível, obedecendo-se os prazos estatutários, ficando a seu cargo, até a posse da diretoria eleita, os poderes inerentes à administração da instituição”.
Crise gira em torno de assinatura contestada
A nova crise envolvendo Ednaldo Rodrigues teve como estopim a suspeita de irregularidade em uma assinatura fundamental no acordo que validou sua eleição em 2022. A dúvida surgiu sobre a legitimidade da assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da CBF, que endossou o documento em janeiro deste ano.
Segundo a Justiça, existem fortes indícios de que o ex-dirigente não teria condições mentais de assinar o acordo conscientemente, e até uma possível falsificação é investigada. O magistrado escreveu que os atos de Nunes “não emanam da sua vontade livre e consciente”.
Aumenta a pressão política
Apesar de ter sido reeleito com mandato até 2026, Ednaldo enfrentava nas últimas semanas forte oposição interna, com documentos vazados e ações na Justiça questionando sua legitimidade no cargo. A petição que levou ao afastamento foi apresentada por Fernando Sarney, agora encarregado de comandar a entidade.
Ednaldo Rodrigues estava no Paraguai, onde participou nesta quinta-feira do Congresso da FIFA, quando a decisão foi divulgada.
O afastamento abre um novo capítulo na conturbada política da CBF, que agora se prepara para uma nova eleição sob intervenção judicial.